A Coreia do Norte encerrou, na quarta-feira, 24, a sua embaixada em Angola, segundo uma nota de imprensa publicada pelo Ministério angolano das Relações Exteriores (MIREX).
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Coreia do Norte encerra embaixada em Angola - 2:53
Se há vários anos existia uma estreita cooperação entre os doís países, incluindo no campo militar, as ligações diminuíram de intensidade e, segundo analistas político, a embaixada em Luanda deixou de ter ineresse para Pyongyang a braços com grandes dificuldades económicas
A decisão unilateral das autoridades norte-coreanas não foi oficialmente justificada e coincidiu com a despedida do seu embaixador extraordinário e plenipotenciário, Jo Pyong Chol, junto do chefe da diplomacia angolana, Tete António.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Angola, Jo Pyong Chol afirmou que, “por decisão da sua capital, Pyongyang, a embaixada deste país asiático em Angola está encerrada e que o diplomata regressa ao seu país de origem”, ao fim de uma missão de cinco anos em Angola.
O especialista em relações internacionais Osvaldo Mboco admite que o encerramento da representação diplomática norte-coreana se deve ao fato de, “para Coreia do Norte, Angola já não ser um país tão determinante dentro da sua estratégia de política externa”.
Mboco também considera que a decisão não deve ser entendida como o corte das relações diplomáticas entre os dois países por não existir qualquer “irritante” conhecido que possa justificar tal cenário.
“Tem muito a ver também com o redimensionamento financeiro”, sustenta aquele especialista que afirma que, na sequência da decisão, os interesses norte-coreanos venham a ser representados por diplomatas destacados num país mais próximo de Angola.
Tal como Mboco, o também especialista em assuntos internacionais Sebastião Vinte e Cinco entende não haver outras razões para a decisão.
“ Tem muito a ver com a contenção das despesas e por não haver grandes trocas comerciais entre os dois Estados. É um exemplo que muitos Estados africanos deviam seguir”, diz.
Longa amizade
As relações entre Angola e a Coreia do Norte datam desde a independência de Angola a 11 de Novembro de 1975 e os dois países, agora, cooperam nos domínios da saúde, construção e informação tecnológica.
Informações disponíveis estimam que 3 mil soldados e milhares de conselheiros militares norte-coreanos forneceram ajuda ao Governo angolano após a independência na lutar contra o então regime de Apartheid sul-africano.
Em 1986, 1.500 militares norte-coreanos operavam em Angola.
Também na área da saúde havia em Angola, até 2008, cerca de 180 médicos norte-coreanos espalhados por território nacional.
Em Luanda, o Memorial António Agostinho Neto e o Memorial da Batalha de Cuito Cuanavale foram construídos por especialistas norte-coreanos.
Agora, as relações entre Pyongyang e Luanda se resumem às áreas política, económica, militar e informática.